A barreira da imaginação em Filmes Infantis

A imaginação tem um papel vital no desenvolvimento humano, atuando como fonte de autoconhecimento e maturidade mental. Filmes infantis como Jumanji e Zathura ilustram essa transição para a vida adulta por meio de cenários fantasiosos.

Muitos filmes infantis retratam a imaginação apenas como os sonhos das crianças, quando na verdade esse ato pode significar muito mais

Como seres humanos, somos seres pensantes; como seres pensantes, somos seres “imaginadores”. A imaginação é uma de nossas grandes características, afinal, pois é responsável pela nossa busca por conhecimento. Não há como inibir nossa mente de fazer conexões neurais, gerar imagens ou sentimentos, e se engana quem julga que ilusões imaginativas são apenas “fantasias infantis” insignificantes.

Existem diferentes tipos de imaginação, que variam de acordo com o indivíduo, experiência ou fase da vida. Essa ação é a principal responsável pelo nosso autoconhecimento e amadurecimento mental. Estudos classificam a imaginação como estratégica, intelectual, memorável e empática, por exemplo. Colocar-se no lugar de outra pessoa, criar conexões e teses para estudos, relembrar eventos da infância, debater consigo mesmo se algo está certo ou errado – tudo isso é trabalho da sua imaginação.

É verdade que na infância nossa imaginação está aflorada. Quando nascemos, não possuímos conhecimento algum do mundo; tudo o que temos é o que vemos, sentimos e experimentamos a cada dia. Nossa imaginação trabalha incansavelmente para nos ajudar a entender e nos preparar para o “Mundo Real”, ou apenas, para o mundo adulto. Não é natural para uma mente jovem entender o que adultos entendem, ou ser capaz de vivenciar o mesmo que pessoas que já estão “calejadas” pela vida.

A imaginação de uma criança tem maneiras mais bonitas de fazer essa transição. Você já percebeu como certos filmes “infantis” abordam questões do mundo real em um cenário fantasioso que existe apenas nos sonhos das crianças? As crianças passam por seus aprendizados e, no final, era tudo um sonho! Exemplos que podemos fazer essas comparações são Jumanji (1995, 2017 e 2019), Zathura: Aventura no Espaço (2005), Alice no País das Maravilhas, obra de Lewis Carroll que foi adaptada diversas vezes para o cinema, e O Mágico de Oz (1939).

Tratando de Jumanji e Zathura, podemos perceber que eles trazem a mensagem de amadurecimento por meio de sonhos de maneira mais clara. Em ambos, os protagonistas, que são as crianças das famílias, passam por situações difíceis: brigas com os pais e irmãos. Sem querer, mas como se fosse o destino, as crianças começam a jogar os jogos de tabuleiros e acabam indo parar dentro deles! O único jeito de voltar é terminando de jogar, se não, ficarão presas lá para sempre.

Assim começam os desafios que tornam os enredos divertidos. Uma viagem pela selva ou pelo espaço, o que é mais desafiador? Essa não é a questão para este texto, mas sim o que as crianças aprendem ao longo das jornadas. Como todo bom filme infantil, no final há uma grande lição de moral, algum pedido de desculpas e a paz reina no ambiente familiar.

A imaginação projeta esses desafios e batalhas, refletindo o que vivemos no nosso dia a dia. Nossos sonhos são respostas ou questionamentos da vida real. A imaginação está eterna e intrinsecamente ligada a cada um de nós, e quando dizem para não perdermos nossa essência de criança, é disso que estão falando. Estes filmes são infantis, mas já com um olhar voltado para a vida adulta.