
"Acima de Qualquer Suspeita" entrega final surpreendente com muito suspense
Atenção: este texto contém spoilers leves. Se você prefere não saber nada, fique atento. No entanto, não revelamos grandes detalhes que possam estragar sua experiência, caso queira saber um pouco mais!
“Acima de Qualquer Suspeita” é um exemplo perfeito do valor de um ótimo roteiro. A série da Apple comprovou, mais uma vez, a excelente atuação de Jake Gyllenhaal em suspenses (um fênomeno desde Donnie Darko) e entregou um suspense de qualidade que deve ser reverenciado. Tirando alguns momentos cansativos e repetitivos, que podem ser levemente justificados para manter a experiência de suspense e expectativa em alta, a série é conduzida com maestria, apresentando o número certo de episódios: Nem correu, nem se prolongou.
A história é uma adaptação do livro homônimo escrito por Scott Turow. Uma curiosidade interessante é que, desde o anúncio da série, os produtores prometeram mudar a história para surpreender até mesmo aqueles que já haviam lido o livro. Pessoalmente, adoro falar de adaptações, pois gosto de analisar as obras separadamente, mas também em conjunto, e frequentemente vejo injustiças de ambos os lados: produções que não souberam adaptaram livros e produções que superaram os livros. Neste caso, não li o livro, mas a série é muito boa e me deixou totalmente intrigada para lê-lo.
Falando sobre a trama, o foco é no julgamento do promotor Rusty Sabich, acusado do assassinato de sua colega de profissão e amante secreta, Carolyn Polhemus. O julgamento se estende pelos oito episódios sem se tornar cansativo ou apressado, um mérito dos roteiristas. A cada passo da defesa ou da promotoria, uma nova camada da história é revelada. É interessante como, apesar da trama estar totalmente conectada a Carolyn, a personalidade e a história da advogada não são aprofundadas – e realmente não precisava ser. O ponto aqui não era termos empatia ou conhecê-la, a série é sobre o julgamento de Rusty.
Outro ponto muito interessante é que somos colocados quase como parte do tribunal, assistindo aos eventos com olhos de jurados. Achei incrível como conseguiram nos colocar nessas cadeiras de maneira praticamente imparcial. Mesmo com acesso a cenas de lembranças dos personagens, o roteiro não joga a culpa em ninguém. No fim, senti que era uma jurada e que até poderia votar, e, se pudesse, teria que pensar muito. Mais um mérito aos roteiristas: para mim, a resposta do júri não estava definida em nehum momento, foi uma surpresa até o último segundo.
Ainda bem que o caso foi concluído, pois, se não descobrisse a verdade, talvez fosse capaz de quebrar a televisão. Melhor ainda que o desfecho foi totalmente surpreendente. Até as últimas falas da série, eu estava em dúvida sobre o que realmente tinha acontecido, sobre quem era culpado ou inocente. Aqui, parabenizo os atores Ruth Negga e Gyllenhaal (mais uma vez) por trazerem tanta verdade às suas atuações. Confesso que, durante os episódios, refleti sobre a possibilidade de todos serem o assassino, enquanto ficava em um “vai e vem” considerando Rusty culpado ou inocente. Não houve um personagem que não passou pela minha cabeça e reflexões, e isso é mais um ponto extremamente positivo.
Acredito que os fechamentos de Rusty Sabich e Tommy Molto no tribunal são momentos de destaque que resumem toda a série, incluindo o equilíbrio e a força dos dois lados. Escutamos o discurso da defesa e, de certa forma, concordamos; mas, ao escutarmos Molto acusando Rusty, também concordamos. É incrível como essa dúvida foi mantida fielmente até o final.
Sou apaixonada por séries criminais e ainda mais por romances policiais. Encontrar uma série que me prenda como essa me prendeu nessas últimas noites de quarta-feira é uma surpresa extremamente feliz, e estou ainda mais contente em saber que existem planos para uma nova história na segunda temporada. Se for como essa, terei mais noites de ansiedade e êxtase, com certeza!
“Acima de Qualquer Suspeita” terá uma 2ª temporada na Apple TV+
Nota Nebulosa: 4.5/5

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