
'Ainda Estou Aqui' tem grandes Chances no Oscar com História Universal
Em um momento em que a política mundial está fervendo, ter o filme Ainda Estou Aqui em cartaz, com uma bilheteria global que já supera R$ 100 milhões, é como manter a mão erguida e gritar: “SIM, ainda estamos aqui!” — e é exatamente por isso que acredito nas grandes chances da obra vencer como Melhor Filme Internacional na próxima edição do Oscar.
A obra-prima cinematográfica dirigida por Walter Salles é baseada no livro Ainda Estou Aqui, de Marcelo Rubens Paiva, lançado em 2015. A obra narra a dura história de seus pais, Rubens e Eunice Paiva, durante a ditadura militar que marcou o Brasil de 1964 a 1985.
Com uma montagem e um roteiro impecáveis, o filme é claramente dividido, com o fechar de cortinas vermelhas, entre a apresentação da família Paiva e a realidade pós-sequestro de Rubens, em 1971. Acompanhamos Eunice em sua batalha por respostas, por justiça e, inicialmente, por sua família. Mas logo percebendo que sua luta representa a de um país inteiro.
A emoção vem como um soco no estômago, e não passa rápido. A narrativa levou lágrimas a muitos espectadores ao retratar a dor causada pela opressão e pela tortura psicológica e física sofrida por uma família “comum”. É impossível não reconhecer a perfeição na atuação de Fernanda Torres, indicada merecidamente ao Oscar de Melhor Atriz. Com olhares, respirações, gestos, tremores, lágrimas e até mesmo a contenção delas, a atriz consegue, sozinha, prender a atenção do público e gerar empatia.
A força do filme está também em ser uma história real. A realidade sempre dói mais fundo, quase como se abrisse uma ferida verdadeira — bem longe de permanecer apenas na ficção. Também é importante reconhecer que a popularidade mundial da produção reforça esse grito citado, afinal, a opressão foi e ainda é uma realidade infeliz em diversos países.
O longa traz momentos de pura maestria na direção, no roteiro, na montagem e nas atuações — justificativas mais do que suficientes para nossa enorme esperança de vitória no Oscar. As cortinas, o corredor do quartel, a sorveteria, entre tantos outros. E, para fechar com chave de ouro, temos Fernanda Montenegro expressando apenas com olhares que o Alzheimer é uma doença triste e nebulosa, mas que, ao ouvir o nome de seu marido, prova que ainda estava ali, esperando respostas que, infelizmente, sabemos que nunca teremos.
Quero terminar essa crítica, contando aos que não sabem, que o livro terá uma continuação, prevista para 2025, com o mesmo (triste) peso, mas abordando um período mais atual. “Vai ser sobre como a minha família sofreu durante o período do Bolsonaro, que era nosso inimigo pessoal e nós nem sabíamos disso. Ele cuspiu no busto do meu pai, disse mentiras sobre ele ter participação na luta armada”, disse o escritor em entrevista à Folha de S. Paulo.
Nota Nebulosa: 5 planetinhas (+1 porque esse merece)

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